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quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Mercadores da fé

A ciência não tem explicação para tudo até o momento. Sabemos pouco diante da imensidão do universo. A vida e a morte são um mar de dúvidas. Conhecemos os processos de concepção, geração, nascimento, todavia desconhecemos o que há por trás deles. Já na infância, surge a curiosidade, o temor e o medo da morte. Única certeza da vida. O fato de que todos voltaremos ao barro, causa transtornos depressivos principalmente naquela idade em que nossos conhecidos partem pro inexplicável. Dessa maneira, sempre foi da humanidade buscar a explicação da criação, da natureza e do universo, em Deus ou deuses, surgindo assim religiões politeístas, monoteístas com divisão entre meros mortais e representantes dos deuses. Se hoje, eu chegar e anunciar que represento Deus, muitos me verão como louca. Fundamentando essa afirmação, posso liderar pessoas curiosas, temerosas em busca de explicações diversas para as mais variadas aflições. Nas minhas mãos estará o poder de pregar minhas ideias. E se eu realmente for louca, inteligente o suficiente para criar minhas teorias? Sendo louca, usurária, manipuladora, assino documentos enviados a mim por entidades superiores, como meio de usar pessoas. Quem garantirá minha afirmação, serão os mais desesperados. Os que sofrem com a pobreza, perda de entes queridos, apego ao material ou loucos. Serão meu exército fiel.
Diante da natureza de quem elege um líder religioso e do poder a ele designado, tenho mais medo do que da morte. Após anos de estudo e observação do comportamento individual e social de pessoas de todas as idades e gêneros, aprendi o quanto é fácil para quem tem a capacidade de enxergar os fatos ao redor, perfilar. Depois deduzir através do comportamento, quais os sentimentos de cada um, intitulando-se profeta. Alguns crêem que o são, por não perceberem seu senso perfilador. Talvez haja iluminados. Mas daí para usar o dom a seu favor, retirando o pouco dos que sofrem, temos um mau caráter mercenário em ação. Por esse motivo, não respeito nenhum humano que faz da religião um circo em templos construídos com ostentação buscando o lucro financeiro.
Jesus existiu. Na minha concepção era um bom homem, incapaz de suportar o sofrimento e a dor que imperava na época em que viveu. Ao seu modo foi um revolucionário. Quebrou paradigmas, tabus e se opôs à ordem imposta. Ele não via outros povos, prostitutas, doentes e ladrões como animais asquerosos. Sabia sobre diferenças, necessidades e se aproximava para ajudar. Com os apóstolos, outros homens, percorreu sua região falando sobre fé. Que cada um podia conseguir alcançar os sonhos se acreditasse primeiro na sua força interior e na unidade dos povos em prol do bem comum. Isso o levou à perseguição e morte. Aquele rapaz, que não era louro de olhos azuis como pintam, mudou mentes, mostrou a nossa igualdade através das diferenças. Ensinou sobre força, respeito, determinação, amor, compaixão. Reunindo gente por onde passava a pé, de burrico, sob o Sol escaldante, dormindo no relento. Essa sua humildade o fez um verdadeiro profeta filho de Deus. Ele nunca cobrou para fazer o bem. Jamais mandou construir gigantescos centros de fé. Suas roupas eram simples, desgastadas. Sua coragem, inabalável.
No decorrer da história, aproveitando-se de sua morte na cruz para gerar um novo poder, o catolicismo ganhou novos líderes. Não vejo na história nenhum igual. Cada qual buscava impor uma nova ordem usando o Cristianismo como arma de dominação em massa. A igreja católica virou um polvo. Pegou territórios, aliou-se a reis, construiu templos de orações, através das cruzadas cometeu os crimes mais bárbaros e distorceu a verdadeira intenção daquele homem simples. Outras religiões também cresceram usando o medo e a intolerância para dominar espaços. Os seus líderes usavam minerais raros e pedras preciosas, eram carregados por lacaios, açoitavam os ditos pecadores e pregavam em templos cobertos de ouro. A ostentação da igreja foi um método usado para demonstrar poder, dando riqueza e conforto a uma minoria. Hoje, temos uma profusão de templos, igrejas e vendedores de salvações. Eles ligam muito mais para os dízimos. Que Jesus nunca cobrou. Discriminam mulheres e homossexuais. São intolerantes aos outros credos por lhes tomarem espaços. Gritam, choram, tem a mídia nas mãos, vendem óleos e águas ditas milagrosas. Prometem o céu. Loteiam-no. Chegam ao ponto de dilacerar famílias pobres, fazendo-as vender o que não tem. São representantes de Jesus? De jeito algum! Na minha humilde opinião são mercadores da fé. Não merecem nosso respeito. E certamente, se há um Deus, há também um inferno para esses profanadores da boa fé.
Não sou contra religiões. Acredito que faria um bem enorme se muitos que hoje se dedicam ao crime, drogas e corrupção fizessem parte de uma. Revolta-me a forma como algo tão sério é tratado. Porque se desejamos ajudar, nos doamos. Não cobramos por isso. Se buscamos um mundo melhor, não discriminamos. Respeitamos as diferenças. Se queremos ajudar, ensinamos a pescar. Homens dignos trabalham para ter seu sustento e ao invés de cobrar dízimos e fazer propaganda dos atos, ajudam dando o que não tem. Ou dando força pra lutar contra o poder que oprime, mata e discrimina. Talvez reunam seus fieis em locais simples, buscando construir esses espaços através de doações de quem pode Fazem trabalho em equipe e não desprezam ninguém. Respeitam a natureza, se usam vestes específicas é por uma questão de identificação pessoal, cultural. Erram, acertam, caem, levantam para poder erguer um planeta onde reine a esperança, a paz e o amor. Os que lhes acompanham não tem medo da morte ou do inferno. Por isso são felizes.




terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Os Homens do Tráfico

Antes de falar sobre os meninos do tráfico, farei uma reflexão sobre os homens, os pais do tráfico que tem levado à morte os filhos pobres, jovens e majoritariamente negros da nação. É preciso não querer raciocinar para atribuir toda a culpa da situação social que vivemos agora, ao menores moradores de áreas ditas de risco. Todavia parece que alguns não desejam ter o trabalho, ou não tem coragem de cobrar da polícia e da justiça a prisão do verdadeiros responsáveis. Porque eles nadam em piscinas de dinheiro embebido em sangue, possuem helicópteros, aviões, alguns são políticos ou tem pessoas do legislativo e até judiciário nas mãos.
Primeiro precisamos mapear os locais onde são plantados os alucinógenos, transportados, processados, transformados e distribuídos. Onde, como, quando, quem começa a cadeia? Esses sim tem o material que roda a engrenagem. Aqui no Brasil, há regiões conhecidas pela plantação de maconha. Já divulgaram em noticiários. São grandes propriedades que empregam agricultores necessitados ou incapazes de reconhecer as espécies. Há casos de trabalho escravo nessas fazendas. Mas a quem pertencem? A algum menino nascido no morro que se envolveu com o tráfico, dominou áreas e conseguiu se manter vivo? Sendo assim, como adquiriu as terras? E os meios de transporte? A não ser que ele seja um sobrevivente apadrinhado ou que trabalhou muito para alguém, isso tudo é possível. Mas quem os iniciou? Há uma rede que parte das camadas sociais mais ricas e segue para as mais pobres. Não o inverso.
Em relação às drogas oriunda de outros países, como a cocaína, a pasta base e o pó, elas não chegam aqui pelas mãos do menores infratores do morro. Vem de avião cuja carga é descarregada em fazendas com aeroportos particulares. Daí seguem seu destino, indo parar nas mãos dos que processam até chegar aos traficantes. Quando há uma apreensão nos locais onde é feita a transformação, não raro teremos famílias com os filhos, todos pobres, trabalhando nisso. Mais uma vez, quem os paga? Quem vai preso? Inverter a cadeia é má fé, burrice ou covardia.
Já nas comunidades conhecidas como áreas de risco, encontraremos os jovens armados até os dentes, divididos entre as chamadas "bocas", recrutando menores para usar, vender e servirem de aviões.  Em reportagens também vemos a discrepância social dos pequenos vendedores descalços e dos carrões dos compradores. Quando essa relação causa aumento da criminalidade, surge alguém com a brilhantes ideia de reduzir a maioridade penal. Mas o menor que rouba e mata, procede assim para pagar suas dívidas, senão morre. Ele é o fim da cadeia. Atualmente querem diminuir a maioridade penal para 16 anos, mas os traficantes se anteciparam e colocam na linha de frente meninos entre 7 e 14 anos.  Então jogaremos nas já superlotadas casas de detenção, crianças, enquanto o topo da cadeia continua fazendo exércitos? O fato é punir alguém. O fácil é punir e prender aqueles incapazes de custear advogados, deixando soltos no mar da violência, os peixes grandes.
Acredito que temos a obrigação social de reverter essa ótica alimentada pela mídia elitizada. Nossas crianças necessitam não é de cadeia. Sim de educação em tempo integral acontecendo em escolas equipadas, limpas, com atividades esportivas, culturais e professores bem remunerados e capacitados para os novos tempos. Pagamos impostos para isso, de jeito algum para sustentar uma polícia que extermina menores. Se é de combater a criminalidade, que sejam encarcerados os que estão no topo da pirâmide do tráfico. Depois os que persistirem em ser "boi de piranha".

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Do aborto às lixeiras

Cotidianamente assistimos nos noticiários histórias chocantes de bebês encontrados em meio ao lixo, mortos em banheiros, abandonados nas ruas. Estamos em 2015 onde não falta informação sobre como evitar filhos, sobre a importância do uso da camisinha e distribuição de anticonceptivos. Ao mesmo tempo convivemos com a cultura machista, imperativa principalmente nas camadas sociais mais baixas e em cidades do interior. Assim, muitas mulheres fazem sexo com os parceiros sem usar o que eles não gostam: preservativos. Também temos a hipocrisia religiosa cega a proibir o ato sexual antes do casamento, sexo entre jovens e campanhas sobre prevenção. A mentalidade da juventude impregnada pelos BBB, novelas, músicas que incentivam o machismo, a mulher vista como objeto, do senso de liberdade sem responsabilidade, aumenta a probabilidade de mais garotas ou mulheres pobres engravidarem.
Fazer sexo é tão importante quanto comer. Desculpem-me os hipócritas que se masturbam entre quatro paredes, praticam às escondidas, são preconceituosos e se dizem puritanos, mas isso é fato. Sexo faz bem à saúde física e mental. Porém se, e somente se, casais de qualquer gênero tiverem o cuidado de usar preservativos e anticonceptivos.  Atribuir apenas às mulheres a responsabilidade de uma gravidez é no mínimo insano, porque nenhuma engravida sozinha. É preciso um parceiro. Ambos tem a obrigação de evitar HIV, DST e filhos indesejados.
Creio que após a abordagem acima, podemos analisar, julgar e repensar formas de evitar o abandono de recém nascidos. O aborto que é outro tabu, não deve ser ignorado, mesmo porque médicos corruptos, fazedores de anjos e carniceiros fazem todos os dias, sem seguir regras. Milhares de mulheres já morreram devido ao aborto clandestino. Muitas outras morrerão, até mesmo filhas de pais puritanos, caso não haja a legalização e a possibilidade de fazer em hospitais, no tempo hábil, quando o bebê ainda não está formado. Não é a troca de uma prática perversa por assassinato. É o último recurso para evitar crimes mais hediondos. Pois quando olhamos ao redor vemos mais que bebês nas lixeiras. Há muitas crianças sofrendo abandono, descaso, tortura, espancamento, violência sexual e morte nas mãos da própria família. Isso certamente é muito pior. Pelo menos até termos uma sociedade formadas por homens e mulheres conscientes, responsáveis e criados com amor, esse é um mal necessário.
Um casal que não pode ter filhos devido à situação financeira ou psicológica precisa saber que há a opção de doar no hospital, a criança para adoção. É triste, mas ela pode ter mais sorte em outra família do que com os pais biológicos. Pais são os que criam, dão amor, apoio e acompanham até os filhos terem condições de enfrentar o mundo sozinhos. Novamente precisamos combater alguns preconceitos: beleza, raça e gênero não devem ser a máxima na hora de adotar. Tão pouco criar dificuldades extremas para casais sem filhos ou homossexuais poderem adotar. Aliás, alguns casais homossexuais tem mais amor e equilíbrio que certos heteros. Isso depende da índole de cada um, da ideia de viver a dois e do apreço pela paz, por respeito.
Eu não abortaria. Seria um peso insuportável. Mas não posso horizontalizar a sociedade baseada no meu modelo e nem ninguém deve. Cada um sabe onde o sapato causa dor. Mas a partir do momento em que decide ter filhos, todos tem a obrigação de oferecer o melhor para a formação deles. Nunca bati nos meus. Conversei, mostrei que era humana, ensinei a importância de ser bom, criei mostrando que mais importante do que ter as coisas é ter caráter. Hoje sinto orgulho deles. E amo profundamente.
Enfim, quem não tem vocação para a maternidade ou paternidade, trate de se cuidar. Ande com preservativos. Não faça sexo sem eles. Imponha-se. Principalmente mulheres pobres e as casadas de qualquer classe social. A AIDS já matou e matará muitas que se acomodaram no conforto de uma relação, sendo surpreendidas pelas ações dos parceiros. Nunca esqueçam que crianças são "fabricadas"por duas pessoas, nunca por uma só. Nenhum homem tem o direito de culpar uma mulher pela gravidez se ele mesmo não usou preservativos. Homens com muitos filhos devem fazer vasectomia. Não mata, não diminui a potência sexual e evita o aumento da família. Quando atribuo tanta responsabilidades aos homens, não é feminismo. É por comprovação matemática. Uma mulher ao engravidar fica em média onze meses sem conceber. Já os machos da nossa espécie, a depender da atuação, pode fazer um filho ou mais por cada dia desses onze meses em que a mulher estará inapta. Pensem nisso, porque, torno a repetir, filho é coisa séria. É o ser humano que construirá o futuro. Assumindo ou não a paternidade, o sangue a correr nas veias daquele ser gerado, é dos dois.


Crianças também são os filhos de uma sociedade, logo responsabilidade de todos.

Na realidade, isso não tem graça. É um fato que demonstra um aspecto cultural tristemente marcado pelo preconceito e irresponsabilidade. 

Desmatamento: Quem são os maiores responsáveis?

Acredito que toda ação que incentive a preservação ambiental seja válida. Ensinar que na Semana do Meio Ambiente ou no Dia da Árvore, os estudantes devem plantar alguma espécie, cuidar para que não acabem com as florestas, é bom. Claro. Porém a impressão que tenho ao assistir programas mostrando devastação da Mata Atlântica, da Floresta Amazônica, é que somos nós, pobres e classe média que temos culpa desse acontecimento. A agroindústria e a especulação imobiliária são citadas com cautela, porque as famílias que detém os meios de comunicação e boa parte dos políticos, inserem-se nessa parcela. O coronelismo continua a existir e eleger quem o protege. E as propagandas, seminários e debates costumam mostrar que a população é culpada, responsável e as pequenas propriedades rurais geram a grande devastação. O dedo não é posto na ferida.
Vejo que o enfoque deve ser modificado. O agronegócio gera desemprego por usar muito mais máquinas que pessoas, devasta os espaços com rapidez e fazendas surgem onde menos se espera. Poucos lucram e a maioria é prejudicada. Os pequenos e médios produtores empregam mais, oferecem produtos com menos química e pela extensão das suas terras, destroem menos. Os ricos produzem para exportar a parte boa, deixando aqui aquilo que não venderiam fora do país. Todavia vivemos em um sistema que ofusca a realidade. Não é dado o nome aos bois, não nos ensinam a combatê-los, entretanto colocam nas nossas costas o peso da responsabilidade.
Ou mudamos a forma de educar, agir, pensar e denunciar ou seremos vítimas da destruição. A legislação ambiental precisa avançar e os juristas bem pagos com os impostos da nação, devem punir de fato quem transgride a lei, independente da classe social, da reação da mídia e dos falsos ecologistas.
Selecionei algumas imagens. Achei interessante a que trata do desmatamento ilegal pois pede que nós não devamos adquirir madeira oriundas de desmatamento ilegal. Mas todos sabem quais são os legais e os ilegais? Será que no percurso dessa madeira ilegal, nenhuma autoridade, polícia ou rede de TV viu o fato? Duvido.
#ficadica:
1- Os países do primeiro mundo foram os primeiros a praticar o desmatamento intensivo das florestas.
2 - Grandes empresas mundiais do setor de alimentos, vestuário, ajudam a gerar o desmatamento da Amazônia, segundo o Greenpeace. Dentre elas: Nike, Adidas, Gucci, BMW, Honda, Wal Mart e Carrefour.
3 - O desmatamento, processo de retirada descontrolada e sem reposição, da vegetação nativa, gera a desertificação.
4 - Algumas espécies como o eucalipto, que atualmente cobre grandes extensões de terra no sul da Bahia e no Espírito Santo, tornam o solo improdutivo e podem secar os rios, pois a plantação absorve muita água.



Para quem quiser pesquisar mais:
http://www.suapesquisa.com/desmatamento
http://www.cptnacional.org.br

Culpados ou Inocentes?

A intenção deste blog é estimular a reflexão criando debates em torno de temas atuais ou polêmicos. Conto com a participação de vocês.