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segunda-feira, 30 de outubro de 2017

O País do Retrocesso

A Câmara fez sua parte suja ao apoiar Temer e agora, como os brasileiros não se manifestaram, é que a lama vai escorrer inundando todos os setores que possam gerar lucro para os corruptos que dominam o Senado. Por mais que parlamentares honestos tentem barrar leis antipopulares, os bandidos são maioria. Aproveitando-se disso, empresários se unem para retirar todo e qualquer benefício dos brasileiros, seja com a Reforma da Previdência que precariza terrivelmente o mundo do trabalho ou a PLC 28 ou a chamada Lei do Retrocesso, que acaba com os aplicativos de mobilidade, como o UBER, Cabify, 99 e outros. Significa retirar o direito dos brasileiros de ir e vir da forma que acharem conveniente.

O que pode estar por trás da PLC28?

Desde que a UBER entrou no mercado, os profissionais de táxis (principalmente aqueles que davam mil voltas até o local desejado pelo usuário, escolhiam quem e onde levar, agiam com grosseria e emprestavam seus táxis a qualquer um), declararam guerra ao modo fácil, prático e com preço pré-fixado utilizado pela Uber, que oportunizou trabalho para muitos brasileiros. Motoristas e passageiros foram agredidos, encurralados, sofreram violência, pois eles eram um risco para as empresas existentes. Mas ao invés de melhorar, usar a tecnologia ao seu favor oferecendo bons serviços, muitos empresários declararam guerra à concorrência. Isso por não aceitar perder um centavo e lucrar com as voltas a mais. Com a aprovação da PLC28, eles voltam a reinar destratando cada um de nós, como antes. Claro que existem os taxistas bons, honestos e decentes. Mas acabam ofuscados pelos maus, infratores que cometiam até violência sexual e assaltos. 

Os aplicativos de mobilidade, oferecem maior segurança pois vemos antes de embarcar, placa e foto do motorista, podendo passar para familiares. Sabemos o percurso e opinamos. Todos os que conheço foram bem tratados. Enfim, os apps melhoram muito a mobilidade. São democráticos. Algumas empresas de táxi aderiram a eles e estão bem, na paz. Isso fez a Máfia dos Táxis (refiro-me aos que só querem lucrar e preferem comprar senador a investir em tecnologia) partir pra cima dos políticos corruptos e tentar acabar com os aplicativos. E muitos políticos sem escrúpulos, já se posicionaram pelo fim dessa facilidade tecnológica. A desculpa deles é disciplinar (verba pros DETRANs que lucram horrores, ampliação de custos para quem já pagou por aplicativo facilitador e liberação dos municípios). Então digamos: se eu quiser utilizar um parceiro particular que me leve aos lugares por preços em conta, não posso? Para onde vai mesmo tudo o que os departamentos de trânsito arrecadam? Quem autorizará em Salvador é ACM Neto que é contra o Uber? Só posso dizer que após o golpe, além da retirada de recursos para pesquisa científica, querem nos lançar no atraso tecnológico. Certamente os corruptos riem da nossa inércia e cantam "É tudo nosso, nada deles!". Ok, se os senadores são tão bons, porque não facilitam a vida do motorista de táxi, criando leis que amenizem as tarifas e os impostos, para que invistam em tecnologia? 

A solução para acabar com essa guerra pode ser simples:
1. Todos investirem em aplicativos e o governo rever as taxas para quem dirige táxi. O povo seria melhor servido por táxi e Uber.
2. Não votar em quem vota contra nós! Votou na PLC28, perde o voto. Não temos que aceitar imposições!
3. Não utilizar táxis da Máfia (Sem apps) se essa PLC28 passar.

O ônibus, caronas compartilhadas, bikes, metrô e trens saem mais em conta e são opções viáveis. Pessoalmente prefiro antecipar minha saída a balançar a mão na rua e entrar num táxi desconhecido. Os tempos são de facilidade e não do acenar desesperadamente em dias de chuvas ou locais escuros, para motoristas que não param. 

OBSERVAÇÕES:

O Projeto é do senador Pedro Chaves, do PSC do MS.
 
A opinião é minha. Ninguém é obrigado a aderir. Mas se a carapuça cair, dane-se.

Algumas empresas de táxis se organizaram com bons aplicativos e estão de parabéns pelos serviços.

SE BEBER, PEGUE O UBER, O 99, O EASY... NUNCA ALGUÉM QUE VOCÊ NÃO VERÁ CARA E PLACA!

Independente do transporte que utilizar, envie os dados do automóvel para amigos e familiares. 

Essa charge é a cara dos que não aderem às novas tecnologias e combatem o novo.

quarta-feira, 24 de maio de 2017

Corrupção e Psicologia: Influências históricas e sociais no comportamento humano.




Não podemos analisar as relações interpessoais na atualidade sem levar em consideração a construção histórico-cultural das diversas sociedades, o sistema socioeconômico, o desenvolvimento tecnológico e dos meios de comunicação. No mundo, em cada fato há todo um contexto e nada acontece sem construção. Nem mesmo as pessoas tem a sua subjetividade e a sua individualidade sem motivos. Se hoje vemos um país dividido diante de um fato que atinge a todos, não é sem um porquê. A corrupção é algo mais profundo do que se pensa e a Psicologia tanto explica quanto é utilizada para induzir grupos, classes a seguir ou não determinada linha. De grande importância para cada ser humano, nas mãos dos corruptos é uma arma perigosa.

Partindo de que vivemos em um sistema capitalista cujas bases são o lucro, a mais valia, a competitividade, a valorização do "ter" em relação ao "ser" e a detenção de poder, afirmo que o individualismo nasce em cada um no seio da família. Pode parecer contraditório mas desde o relacionamento de duas pessoas à chegada dos filhos, a determinação de quem manda e porque manda está presente. O homem dita as regras (que nem sempre cumpre) para suas parceiras, como fidelidade, subserviência aos ditames sociais estabelecidos e a vê como propriedade. Claro que há exceções. A mulher herda das antepassadas o ideal da submissão entre os gêneros, quais os papéis e padrões de comportamento (ainda que hipocritamente) que uma mulher deve assumir na sociedade e até a cor que a identifica: o rosa. Isso também será repassado pelo casal aos filhos. E os meninos, não tocarão na maquiagem da mãe ou brincarão de bonecas, não devem chorar, podendo serem desde cedo induzidos a manter relações sexuais e mandar nas irmãs. As meninas não jogarão bola, não calçarão o sapato do pai, ganham bonecas, fogões e panelas de brinquedo como presentes. Na adolescência devem se manter distante dos mal intencionados garotos e negar sua sexualidade. 

Na escola essa diferenciação de gênero serão repetidos. Menino que gosta de boneca , não de futebol, será discriminado. E vice-versa. Nos livros didáticos também terão o conceito do papel do pai e da mãe na família, reafirmados, ainda que sejam criados por mães solteiras ou separadas, ou por pais solteiros ou separados. Tudo isso vai sendo agregado na mente de cada indivíduo, formando sua subjetividade. Cada experiência positiva ou negativa será armazenada de forma perceptível ou não. Até a não aceitação dos valores diante das contradições visíveis entre o que se dita e o que se vê, muitas vezes, estará na semente que formará o ser. Como dizia o psiquiatra e artista plástico baiano, Luiz Fernando Pinto, todos temos uma "caixinha preta" que armazena informações que determina algumas atitudes que nem sempre sabemos explicar. 

Adicionando a relação de poder entre os gêneros ao poder de adquirir produtos e pertencer a classes sociais elevadas, trocamos o ser bom, ser amigo, ser colaborador e o senso social por ter a liderança, ter o domínio sobre outros, ter objetos diversos e muitas vezes inúteis e concorrer uns com outros, por tudo em qualquer lugar. A globalização tornou tudo isso ainda mais nítido, porque estamos muito próximas de terceiros e de informações diversificadas, como nunca estivemos. 

"A identidade é uma categoria política disciplinadora das relações entre as pessoas, grupo e sociedade, usada para transformar o outro em estranho, igual, inimigo ou exótico." (Sawaia -2004)

Ao atuarmos em sociedade com padrões estabelecidos, nosso comportamento gerará rótulos dados por outros que serão a nossa identidade. Vestir, falar, agir, escrever, padrões de beleza, nível social, leva o outro, mesmo sem querer, a querer nos analisar e carimbar. O Behaviorismo ao classificar a Psicologia como ciência do comportamento, acerta em parte porque vivemos condicionados a ter determinadas atitudes e passamos a nos comportar de acordo com elas para não sofrer preconceitos, bullying, rotulações, assédio moral. Diante dos interesses de grupos econômicos e políticos, os brasileiros sempre muito unidos, começaram a se dividir entre coxinhas e petralhas, o que interferiu em eleições, gerou divisões regionais e familiares, sendo que nem todos os fatos, até os dias atuais, vieram à tona ou foram devidamente julgados. Houve intervenção planejada para gerar essa situação e criar uma cortina de fumaça para encobrir o problema maior: a corrupção nas mais diversas escalas. Envolvendo principalmente uma parcela dos poucos que mais detém a renda do país.

Enfim, os contextos que determinam os comportamentos, subjetividade e identidade tem raízes profundas. E a sociedade atual marcada por relações de poder, aumentou o individualismo, pois os humanos concorrem para obter status, empregos e outros favores. E sendo o poder tão importante, quem pode ter não se preocupa com quem não tem as mesmas condições e a vida humana passou a valer menos do que uma moeda. A saúde pública é um exemplo disso. Dessa maneira mudamos apenas as formas de escravidão. Porém não devemos ser pessimistas, porque sempre existirão os que resistem ao que nos é imposto. E sendo identificados como problemáticos, baderneiros, insanos, etc., conseguem transformar pensamentos, comportamentos e hábitos, independente de inicialmente participarem ou não, de partidos ou organizações. Todavia, sozinhos não modificamos nada. Devemos repensar até que ponto permitiremos que nos manipulem, unindo forças, pois todo esse carnaval em torno do Mensalão (que existe há séculos nas mais diversas esferas), Lava Jato e JB não passa da ponta de um imenso iceberg onde há muito mais podridão do que imaginam os imediatistas. 

PELA UNIDADE

CONTRA A CORRUPÇÃO

PELA PRISÃO DE QUALQUER BANDIDO!



domingo, 8 de janeiro de 2017

A Máfia do Transporte Coletivo


Nada acontece à toa no mundo capitalista. Não se enganem que cada pequeno detalhe é pensado para gerar lucro. Os que lucram nas engrenagens do mercado, não se iluda, não ligam o mínimo para os demais seres humanos. A não ser que interfira no humano enquanto objeto, que vende sua força de trabalho. Mesmo assim, somos peças substituíveis. Portanto, cada um que utiliza transporte nesse país, principalmente em algumas capitais, conscientize-se: engarrafamentos, ônibus lotado, frotas caindo aos pedaços, falta de metrô, trens e ciclovias, tudo que gera uma porção de outros problemas, acontece porque alguns políticos favorecem empresários. Um bom exemplo foi a demora da construção do metrô de Salvador. Desde a época que o Sr. Imbassahy foi prefeito, verbas federais e estaduais foram enviadas e só aconteceu 14 anos depois, porque o Governador do Estado, Jacques Vagner tomou as rédeas do trabalho, senão nenhuma linha estaria funcionando. Os favorecidos, nos períodos anteriores, com a inexistência de opções diversas, foram os donos das empresas de ônibus. Transformaram-se na única opção de locomoção para os soteropolitanos.


Quem reside nas zonas distantes do centro ou áreas comerciais, sofre para conseguir trabalhar ou enviar os filhos para o colégio. Nessas localidades o aglomerado de pessoas é imenso, mas o transporte coletivo não atende as necessidades reais dos moradores. O tempo de espera é grande, os veículos transitam superlotados (além da capacidade segura), são sujos, cheios de baratas, quebram sempre por falta de manutenção e a tarifa paga pela multidão que os utiliza, é alta. R$3,30 é um valor abusivo para convivermos com tamanho descaso. Os reflexos disso são horas a mais que cada trabalhador leva para chegar no trabalho, engarrafamentos no horário de pico, atrasos de vários funcionários por cada ônibus quebrado ou tão lotado que mesmo carregando gente pendurada na porta, não serve à todos moradores. Observando a situação, todos perdem. Menos os empresários de ônibus. Apadrinhados por políticos, às vezes por maus sindicalistas, atrapalham o fluxo da cidade, os demais serviços cujo horário de funcionamento depende da chegada dos trabalhadores.
Analisarei dois pontos. O primeiro é que a partir do momento que o trabalhador está na rua para ir à labuta, ele já começa a exercer sua função. Se devido ao péssimo transporte é obrigado a acordar várias horas antes, teremos interferência no bem estar de quem cumprirá, em tese, 8 (oito) horas de atividade laboral. Peguemos um exemplo. Para chegar ao colégio e dar aula sete horas, em uma situação normal, um professor terá que acordar cinco e meia, preparar-se em uma hora (tempo razoável para sair sem estresse), pegando o ônibus seis e meia para fazer um percurso de quinze minutos. Bom! Entretanto, diante do risco do coletivo estar lotado ou não chegar no horário devido, tudo muda. Ele acordará quatro e meia, se quiser tomar banho, o café, arrumar material e sair para o ponto antes das seis e meia. O retorno para casa, é outra lástima. As mulheres ainda sofrem mais, pois quando chegam em casa, ou antes de sair, preparam alimentação, arrumam filhos, organizam o lar e tem poucos horas de sono. O tempo para o lazer, deixa de existir, a capacidade de pensar e executar tarefas cai e todos são prejudicados. Menos as empresas de transporte urbano.
Segundo, com o péssimo serviço oferecido ao cidadão, quem tem carro não utiliza o coletivo. Assim, a quantidade de ônibus e carros nas ruas e avenidas nos horários de ida e retorno ao trabalho, é marcado por engarrafamentos gigantescos. Sofrem todos, inclusive o estresse para os usuários e rodoviários nesse momento, é grande, pois o passageiro, principalmente aquele que está como sardinha enlatada, de pé, irritar-se-á por qualquer coisa. Só quem não sofre são os donos da empresas de transporte urbano. Como sempre. Unindo esse problema com a falta de intervenção na rede viária, as cidades travam. Querem mais? Durante os travamentos, ocorrem muito mais assaltos e acidentes. Assaltos porque os motoristas estão presos, vulneráveis. Acidentes por causa das motocicletas, bicicletas e carros dirigidos por pessoas estressadas, impacientes para obedecer as leis de trânsito. Caso fosse oferecido transporte urbano de qualidade, muitos deixariam os automóveis em casa. Se também a cidade tivesse ciclovias interligando as avenidas de vale, ruas e não só na orla para o lazer, vários trabalhadores (inclusive eu), iriam utilizar esse meio de transporte que é baratíssimo, serve para movimentar o corpo e oportuniza liberdade.

Enfim, o maior exemplo de que há uma máfia onde atuam empresários, políticos e até juristas foi o metrô de Salvador. Os prefeitos que não investiram e nem prestaram contas das verbas federais e hoje são protegidos pelo judiciário, só deram ao povo a opção do ônibus, sem fiscalização efetiva e com aumento anual da passagem. Tem usuários que acham que eles não lucram, mas calculem R$3,30 de cada passageiro por viagem. O motorista com trânsito lento ou não, tem que cumprir horário. Leve em conta a Quantidade X Qualidade X Preço. É um setor extremamente lucrativo e perverso com a população. Se não fosse, eles atuariam em outra área!

Todavia, apenas a linha 1 do Metrô de Salvador que começou a funcionar enquanto Jacques Wagner era Governador, diminuiu bastante os problemas da cidade. Agora, no governo Rui Costa, com a linha 2 funcionando no momento até o Iguatemi, muito soteropolitano está deixando o carro em casa e chegando muito mais rápido no trabalho. E diga-se, os metrôs são bem cuidados, limpos e mais seguros. Outros também deixaram os coletivos para trás e pegam o metrô. Quando funcionar até Lauro de Freitas, percorrer Salvador será muito mais fácil. Então só haverá duas opções. Ou os empresários mudam a postura em relação aos baianos, ou perderão boa parte da renda. Porém não se espantem se o próximo candidato a concorrer ao Governo do Estado, venha da velha linhagem que deu fim nas verbas pro metrô e apoiado por esses donos de empresas de transporte. Essa máfia é maior do que imaginamos. Interliga-se com Minas, terra de Aécio Neves. Então, de olho gente. Merecemos qualidade de vida.