Pesquisar este blog

Translate

quinta-feira, 28 de julho de 2016

Veja e Temer - Uma união para sucatear a educação?





Quem leu a matéria do economista, administrador e cientista político Gustavo Ioschpe na revista Veja, indignou-se com esse pseudo especialista em educação. Mas tem gente achando que o tal, por deter títulos, está certo. OK, título por título, sou artista plástica, escritora, atriz, formanda na área de TI, formada em Geografia e com muito orgulho, professora de escola pública, que vai às ruas em defesa da educação pública, gratuita e de qualidade há mais de 30 anos. Não por esporte, compaixão por alunos e professores, e sim por responsabilidade com a sociedade brasileira. Afinal se os educadores desse país não fossem tão importantes, se o conhecimento não gerasse poder, a mídia que serve ao empresariado e aos políticos corruptos cujas campanhas são bancadas por uma classe que detém a maior parte do PIB nacional, apoiariam a igualdade para todos os jovens desse país. Coisa que não fazem!





Não sei quantas vezes o tal jornalista pegou ônibus cheio ou barco, colocando os pés em escolas públicas totalmente desestruturadas para dar aulas com dedicação, ainda que recebendo um salário vergonhoso. Creio que se botou o luxuoso sapato num recinto desses, tirou assim que pode. Também acredito que ele não saiba o significado real de pobreza, até por ser tão pobre de argumentos e pensamentos (prefiro não dizer caráter, por não conhecê-lo pessoalmente). Provavelmente nunca precisou de sindicato ou de caminhar sob o Sol pedindo respeito, cidadania, escolas equipadas para que profissionais dêem aulas inovadoras e gratificantes. Escrever para revistas desacreditadas como a Veja, deve ser mais fácil ou lucrativo. Ainda que seja para atacar toda uma categoria de trabalhadores. 


"Vocês foram gananciosos demais. Os 10% do PIB e os royalties do pré-sal serão a danação de vocês."

Os 10% do pré-sal para a educação, em um país com a extensão territorial do Brasil e uma imensa população de analfabetos funcionais nos municípios maiores ou analfabetos absolutos no campo e localidades de difícil acesso, requer muito investimento. Nós não temos o tamanho da França, de Cuba ou de algumas nações poderosas, mas somos ricos em minérios, petróleo, recursos naturais e o interesse real desses indignos administradores do dinheiro público, vendidos ao capital internacional, é o de entregar o país, coisa que gente decente jamais faria. O fato de termos sido colônia de exploração colaborou para o subdesenvolvimento e submissão ao FMI por tantos anos. Porém o coronelismo, a política do Café com Leite, o descompromisso de uma classe política com a população, o Golpe Militar e o desenvolvimento do Brasil no sentido mais amplo, barrou avanços. Nos fez escravos. Cavou um túmulo para o futuro dos jovens brasileiros. Criou um apartheid educacional aprofundando as diferenças entre as classes sociais e mesmo entre as raças e gêneros. Exagero? Não! Quem nasce miserável ou pobre, acaba acreditando que é impossível vencer, pois passa a vida lutando para sobreviver. Dar um futuro diferente para os filhos famintos de tudo, é algo que só entende quem já passou por essa situação. É um sonho que nasce destruído. Porém, para os ladrões de almas, de destinos, que andam engravatados em espaços diferentes, dar uma moeda, posar de bonzinho, fazer promessas em palanques ou até pisar em quem já está na lama, é lucro. Ganham votos!


"Aí esses pais, e a mídia, vão finalmente querer entrar nas escolas para entender como é possível investirmos tanto e colhermos tão pouco."




Opa! Que venham todos para a escola ver de perto o que alunos, funcionários, gestores e pais tem! A triste realidade da escola pública. O que há de verdade nesse país é membros do Executivo corruptos, que desviam as verbas da educação e isso sim, é caso de polícia! Mas parece que no momento, o desrespeito a Constituição Federal, LDB, FUNDEB, é apoiado por alguns juristas que fazem pares com políticos bandidos. Os mesmos que a Revista Veja e a Rede Globo defenderam e hoje estão envolvidos até o pescoço no mar de lama dos golpes aplicados contra a nação, a exemplo da Lava-Jato. História abafadas como a do Helicoca, apontam como o tráfico ocorre. O mesmo tráfico que recruta jovens que estão fora das escolas desmanteladas que lhes oferecem.

"Verão a quantidade abismal de professores que faltam ao trabalho, que não prescrevem nem corrigem dever de casa, que passam o tempo de aula lendo jornal ou em rede social ou, no melhor dos casos, enchendo o quadro-negro de conteúdo para aluno copiar, como se isso fosse aula. E então vocês serão cobrados. Muito cobrados. Mas, como terão passado décadas apenas pedindo mais, em vez de buscar qualificação, não conseguirão entregar."


Abismal é a diferença salarial entre educadores e políticos. Abismal é a diferença entre o tempo de contribuição de um trabalhador e de um político e o período em que cada um se aposenta. Abismal é a diferença entre a escola oferecida aos filhos da elite e a escola pública. Abismal é o número de vereadores e deputados que faltam sessões de interesse do povo. Abismal é a quantidade de professores e funcionários que chegam na metade do mês sem dinheiro pra se deslocar até o trabalham, mas ainda assim não faltam. Ora, caro jornalista da Veja, abismal é ter tantos títulos e não conhecer nada! Somos cobrados o tempo todo e prestamos conta. Nas escolas públicas, acessar redes sociais é quase impossível, pois nem todas tem internet que também ajudaria na melhoria das aulas. O quadro é na maioria das vezes o único recurso oferecido e há quem faça milagres em sala. Gustavo, seja obrigado a trabalhar dia e noite para sobreviver, corrija avaliações aos finais de semana e consiga bancar uma pós ou mestrado! A realidade é bem diferente desse discurso raivoso contra os professores. O Brasil não é formado por metrópoles e sim por pequenas cidades do interior onde as escolas ficam muito distantes.
Pois o jornalismo da Veja também será cobrado, muito cobrado. Os educadores não deixarão essa história passar em branco. Sabemos que esse é um acordo com o atual governo para sucatear a educação pública, destruir o pouco que conseguimos com muita luta. Com o apoio de políticos que enfrentaram uma maioria arrogante, vendida a grupos e sem responsabilidade com os eleitores.

Meu discurso é gasto, cansativo, usado por anos? O seu também. Aliás, o seu cheira ao velho defunto da ditadura. O negócio é que estamos em lados opostos. Eu não destilo veneno em trabalhador. Quero sim é que meus alunos e de outros colegas que dão um duro danado, sejam profissionais de sucesso, certamente bem melhores que os jornalistas da Veja.






terça-feira, 12 de julho de 2016

Campanha - Todo político deve matricular os filhos na escola pública

O que oferecemos aos outros, é o que desejamos para nós, correto?


Essa é uma premissa que determina o bom caráter de um gestor público. Primeiro por ele ter um cargo eletivo e segundo por seu cargo advir de promessas em campanhas. O político sobe em um palanque para dizer o que fará pelas pessoas caso seja eleito. Educação e saúde sempre são o principais pontos dos discursos em período de campanha. Contudo, adianta prometer sem dar o mesmo tratamento à sua família? A maioria quando assume um cargo, finda por não cumprir nada do que prometeu e ainda joga contra a oferta de EDUCAÇÃO PÚBLICA, GRATUITA E DE QUALIDADE.
Por isso mesmo criei uma campanha no Avaaz, para que todo político seja obrigado a matricular seus filhos em escolas públicas. Impossível??? Não! Se tivermos muitas assinaturas será bem possível! Veja que isso já chegou perto de acontecer. Faltou foi mobilização popular!


O IMPOSSÍVEL EXISTE QUANDO NÃO TENTAMOS! DEIXA DE EXISTIR QUANDO TODOS TENTAM!

Cliquem no link abaixo e vamos em frente. Nossa força pode fazer toda diferença!

Campanha - Todo político deve matricular os filhos na escola pública


ASSINE AQUI!


segunda-feira, 11 de julho de 2016

Escola Pública de Qualidade é direito e não favor!

Se está na lei que todo cidadão tem direito a EDUCAÇÃO PÚBLICA, GRATUITA E DE QUALIDADE, nenhum governante tem o direito de oferecer menos do que isso. Ao contrário, aqueles que pensam de fato na população, oferecem o que há de melhor. Porque a base de tudo está no conhecimento, no aprender. E todos, independente da classe social devem ter acesso ao que está na legislação.
Colégio Estadual Nadir Copque - Arembepe. Não tem muro, funcionários de limpeza, merendeiras. Gatos, cães, galinhas entram nas salas, sujam o ambiente e podem transmitir zoonoses. A escola só possui um retroprojetor como material didático para todos os professores. Na era da globalização, não tem uma sala de informática, biblioteca, nada. Apenas alunos e educadores para fazer o processo acontecer. É certo isso, Governador Rui Costa?

 “O ensino será ministrado com a garantia de um padrão de qualidade” (Constituição Federal de 1988, artigo 206 inciso VII)

Pelos conceitos legais, qualquer um que descumpre a Constituição está cometendo um crime. Inclusive os políticos, que nada mais são do que funcionários do povo. Mas infelizmente isso vem acontecendo desde 1988 e eles não são punidos, criam emendas para poder descumprir e muitas vezes recebem o apoio do judiciário. Mas o motivo de tanto descaso é principalmente a inércia, a preguiça, o desânimo, a apatia de grande parte da população brasileira. Pessoas se conformam em colocar os filhos em escolas sem nenhuma estrutura, utilizando o argumento de "ruim com essa, pior sem ela". Mas será que se houvesse luta, seria pior? Claro que não! Somos maioria e eu, particularmente, não quero uma escola "meia boca" para minha família ou para os meus alunos. Em respeito à lei, ao direito de igualdade, quero todos com acesso à educação de qualidade. É minha obrigação enquanto professora e mãe. Não aceito que nossos jovens tenham educação diferenciada dos filhos da elite, mesmo porque, sem nós trabalhadores, a sociedade não funcionava! O caminho para o futuro deve ser igual para qualquer um.


"O direito à educação está previsto no artigo 6º da Constituição Federal de 1988 como um direito fundamental de natureza social, sendo detalhada no Título VIII, Da Ordem Social, especialmente nos artigos 205 a 214, dispositivos nos quais se encontram elencados uma série de aspectos que envolvem sua concretização, tais como os princípios e objetivos que o informam, os deveres de cada ente da Federação para com a garantia desse direito, a estrutura educacional brasileira, além da previsão de um sistema próprio de financiamento, que conta com a vinculação constitucional de receitas. Trata‐se de parâmetros que devem pautar a atuação do legislador e do administrador público, bem como critérios que o Judiciário deve adotar quando chamado a julgar questões que envolvam a implementação deste direito"(DUARTE, 2007). Udesc.

Além da Constituição Federal, os brasileiros contam com Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n. 9.394/96), Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n. 8.069/90), Plano Nacional de Educação (Lei n. 10.172/2001) e outras legislações. Mas o que acontece quando ainda assim os governantes (autoridade é o povo!) não cumpre? Se um desempregado roubar um pão vai preso, se um político roubar o futuro de jovens fica por isso mesmo? Claro que não. Portanto é preciso união, coragem, empoderamento, luta e denúncias ao Ministério Público, baseadas na lei. Pais que são pais, não permitem que seus filhos tenham o menos ruim, tem que ter o melhor. Jovens que pretendem ter um futuro decente e não aceitam desrespeito, devem se unir e lutar. Educadores que levaram anos em universidades para trabalhar com o merecido respeito, não devem se calar.
Quem cala, consente!

ATENÇÃO!


Diante do descumprimento da Lei por parte do Governo do Estado da Bahia, aproveito para convocar toda comunidade de Arembepe, Conselho Tutelar, Associação de moradores, imprensa, comerciantes, pais, alunos, educadores, para se unir à comunidade do Colégio Estadual Nadir Araújo Copque, quarta-feira, 08 horas da manhã, para cobrar, reforma, equipamento, recontratação de todas as funcionárias, biblioteca, sala de informática, muro, construção de salas (e não reforma de barracões), quadra de esporte, materiais didáticos como computadores, projetores, mapas, refeitório e tudo que a legislação nos garante. Nada menos. 
Não é justo que a injustiça prevaleça.


Não esqueçam que sem educação de qualidade, ocorre evasão, repetência, violência, o tráfico se apodera dos jovens e todos são prejudicados.

Obs. A Prefeitura Municipal de Camaçari não é responsável pelo Copque e sim o Governo do Estado. O município cedeu o espaço e o transporte para os alunos da rede estadual que moram em áreas mais afastadas. Portanto vamos cobrar do Senhor Rui Costa a responsabilidade.

sábado, 2 de julho de 2016

Colégio Estadual de Arembepe: Um caso alarmante.


Segunda, 04 de julho, recomeçam as aulas para os alunos do ensino médio de Arembepe. O espaço onde funciona o Colégio Estadual (Copque) está um caos. A comunidade e os estudantes merecem o mínimo de respeito. Relatei em 2013 ao Governo, no PAIP, quando ainda funcionava na escola da prefeitura (Lídia Coelho) em esquema de rodízio. Hoje a situação é essa que postei no blog. Aguardamos providências por parte do Governador Rui Costa, que ficou de visitar o local.
Independente do partido que esteja no controle do Estado, nossa obrigação é apontar falhas para que seja resguardado o direito dos nossos jovens à escola pública, gratuita e de qualidade, como obriga a legislação brasileira.


Que a situação das escolas públicas em alguns locais é ruim, sabemos. Mas quando colocamos os pés nessas unidades, percebemos que os governos precisam propagandear menos e fazer mais, pois até então, onde não há muitas denúncias, os colégios ficam abandonados, sem materiais didáticos e como no caso do Colégio Estadual de Arembepe, sem nenhuma condição de funcionamento. Quem segura o estabelecimento de ensino, localizado em área turística do município de Camaçari, Bahia, Brasil, é a direção, professores, comunidade e alunos que demonstram grande interesse em concluir o ensino médio e aprender.

Conhecido como Copque, o Colégio Estadual de Arembepe, funciona atualmente na antiga Vaca Mecânica da Prefeitura do município de Camaçari. Em 2013, quando era funcionária da extinta Direc, era abrigada pela Escola Lídia Coelho, em cinco salas para oito turmas. Repassei o problema para o Estado, a Direc se preocupou mas esbarrou em instâncias maiores. Acontecia rodízio. As condições eram péssimas.
Construi-se então barracões de divisórias, com promessas de mudanças, até hoje.
Quando chove as salas alagam e a área externa vira pista de patinação no barro.
Arembepe fica muito próximo da capital.

Não há muro separando a escola da comunidade, somente uma cerca de tela feita de arame. Seria bom se a realidade local fosse outra. Nem mesmo a presença da polícia na vizinhança tem evitado problemas.
Da sala de aula temos a visão da comunidade, que aproveita para vender seus produtos. 



 O telhado está cedendo e com as chuvas e os ventos, torna-se impossível permanecer em sala. Em alguns lugares, partes caíram e outras estão soltas.



 Os ventiladores não funcionam e alguns foram arrancados por vândalos.
Salas de compensado, que desgastou com as chuvas e hoje possui buracos na parte inferior.




Instalações elétricas precárias, portas quebradas, sem janelas... Ainda assim a comunidade escolar leva adiante o sonho dos jovens desse distrito. Tanto, que com toda garra dos gestores, professores e alunos guerreiros, festejou-se o São João em grande estilo. Mas não somos mágicos e queremos a qualidade que merecemos. Afinal, os moradores de Arembepe também pagam impostos.

Fundos das salas de aula.




 Gatos, cães, galinhas e outros bichos passam pela cerca e vão para a escola, onde andam tranquilos, dormem, sujam, procriam e sem funcionários suficientes para limpeza, traz riscos de doenças.






Durante o horário de aula os bichos também passeiam pelo colégio.





Não é o muro da escola. É a parede de uma residência.

"Muros". Área lateral, onde está a rua que dá acesso ao bairro.


A falta de respeito dos órgãos públicos com moradores e colégio, causa revolta. Os estudantes são pessoas interessadas em adquirir conhecimento e mudar de vida. Porém em tempos de novas tecnologias e globalização, o único material didático além dos quadros, é um retroprojetor. Não existem computadores para os alunos, nem mesmo uma biblioteca equipada.
As paredes do prédio da Vaca Mecânica estão rachadas. A Prefeitura cedeu o espaço, mas não há retorno por parte do estado.













Biblioteca funciona com a sala da coordenação.



A cozinha não tem onde apoiar panelas maiores. Porém as moças que fazem a merenda se dedicam a deixar o espaço organizado e limpo. Há por parte dos funcionários, terceirizados na maioria, manter o colégio nas melhores condições possíveis para os alunos. 
Área dos bebedouros.


Problemas hidráulicos - Canos comprometidos.





 Não há janelas, somente os locais para colocá-las. Com isso carteiras são levadas, materiais não podem permanecer no local. É muito fácil entrar e sair com móveis. À noite, a comunidade não vê quem entra. Isso também gera risco para os moradores, que são guardiões desses imóveis.



O que a comunidade de Arembepe quer é respeito. Aos filhos, aos funcionários e educadores. Como sempre fiz, deixo uma pergunta: será que o Governador e o Secretário de Educação do Estado gostariam de ter seus filhos estudando nesse colégio?